top of page

Como as placas tectônicas moldaram o planeta que conhecemos hoje

  • Penélope Alvarenga
  • 31 de mai.
  • 3 min de leitura

A teoria da Tectônica de Placas

A camada mais externa e rígida da Terra, chamada de litosfera terrestre é formada pela parte superior do manto e pelas crostas oceânica e continental. Até a década de 60 acreditava-se que a superfície terrestre era uma placa imóvel, porém com a Teoria da Tectônica de Placas, proposta por Alfred Wegener, se constatou que na verdade a superfície da Terra é composta por 15 placas tectônicas principais que flutuam sobre a astenosfera, camada mais maleável e plástica que a litosfera.

Estas placas estão em constante movimentação, com velocidades médias de 2 a 10 cm por ano. A energia que impulsiona esse movimento provém das correntes de convecção no interior da Terra, geradas pelas variações de temperatura. Esses fluxos de calor resultam em movimentos cíclicos que empurram as placas umas contra as outras ou as afastam.


Tipos de limites entre placas

A movimentação entre as placas é lenta, gradual e contínua e ocorre mais pronunciadamente entre os limites entre elas. Existem movimentos laterais, convergentes e divergentes entre as placas, são estas variações que permitem a formação de um relevo tão diverso na superfície terrestre, como a formação de vulcões, montanhas e bacias sedimentares.

No movimento divergente entre as placas tanto oceânicas quanto continentais, as placas se afastam uma das outras formando fendas e rachaduras na crosta, no assoalho oceânico, este movimento da origem a dorsais mesoceânicas (cadeias montanhosas submersas no oceano), já as placas continentais geram terremotos, vulcões e vales associados a riftes.

Quando estas placas vão de encontro umas com as outras, chamamos de movimento convergente, onde ocorre a submersão da placa mais densa sobre a outra menos densa, esse choque faz com que a placa submersa acabe se afundando no manto, processo chamado de subducção que produz estruturas como montanhas, fossas oceânicas, vulcões e arcos vulcânicos. As diferentes combinações de tipos de placas (oceânica, continental) que colidem influenciam a natureza destas estruturas.

No movimento transformante, as placas deslizam lateralmente em relação umas às outras provocando rachaduras na região de contato, formando falhas transcorrentes e em alguns casos, dependendo da magnitude, podem formar terremotos principalmente quando há um bloqueio ou "travamento" do movimento entre as placas, acumulando energia e liberando-a em um terremoto.


Consequências geológicas da tectônica de placas

A dinâmica das placas tectônicas não apenas molda o relevo, mas também influencia diversos processos geológicos de longo e curto prazo, afetando desde a configuração dos continentes até os ciclos geodinâmicos da Terra. Um dos efeitos mais marcantes é o ciclo de formação e destruição da crosta terrestre. Nas zonas de expansão (divergência), como as dorsais oceânicas, ocorre a criação de nova crosta a partir do magma ascendente. Já nas zonas de subducção (convergência), essa crosta pode ser consumida ao afundar no manto, promovendo o rejuvenescimento contínuo da superfície terrestre.

A tectônica de placas também é responsável pela formação e fragmentação dos supercontinentes. Há cerca de 200 milhões de anos, todos os continentes estavam unidos em um único bloco chamado Pangeia. Com o tempo, os movimentos das placas levaram à sua fragmentação, originando os continentes atuais. Outro impacto importante está relacionado à atividade sísmica e vulcânica global, regiões concentradas próximas aos limites das placas acumulam a maioria dos terremotos e erupções vulcânicas. Isso ocorre porque as bordas das placas são zonas de intensa liberação de energia acumulada, fazendo com que esses eventos sejam comuns em áreas como o Círculo de Fogo do Pacífico.


Bibliografia

Kearey, P., Klepeis, K. A., & Vine, F. J. (2009). Global Tectonics. 3rd Ed. Wiley-Blackwell.

Tarbuck, E. J., Lutgens, F. K., & Tasa, D. (2017). Ciências da Terra: Uma Introdução à Geologia Física. Bookman.

Press, F., & Siever, R. (2006). Understanding Earth. W. H. Freeman and Company.

USGS – United States Geological Survey. "Plate Tectonics" https://www.usgs.gov/

IBGE – Geociências. https://www.ibge.gov.br/geociencias.html


 
 
 

Comments


WhatsApp icone

© 2017 - 2025 por Cráton Consultoria.

bottom of page