Sabemos que a topografia consiste no estudo e representação das variações do relevo em determinada área, mas como isso funciona na prática? Existem três principais tipos de levantamento topográfico: levantamento planimétrico, altimétrico e planialtimétrico.
O levantamento planimétrico registra as características do terreno em duas dimensões, enquanto o levantamento altimétrico retrata as altitudes. Já o levantamento planialtimétrico é uma união dos dois tipos anteriores, registrando o relevo de maneira completa, abrangendo suas três dimensões.
O produto do serviço topográfico caracteriza-se por uma carta topográfica e um relatório técnico. A carta possui curvas de nível como característica mais marcante, sendo essas representações lineares das variações do relevo.
Quais são os métodos e equipamentos utilizados?
Existem diferentes formas de levantar dados para construção das curvas de nível, além dos demais elementos topográficos, assim, o melhor método de posicionamento vai depender da situação e é definido pelo INCRA. Os principais são:
Estação Total
As estações totais compõem um método tradicional de levantamento, no qual a aquisição de dados pode ocorrer de duas formas:
- Nivelamento Taqueométrico: com o auxílio de um teodolito e uma mira, ângulos e distâncias são medidos para obter-se a altitude de cada ponto.
- Nivelamento Geométrico: utiliza-se um nível e duas ou mais miras, medindo diretamente a diferença de altitude entre dois pontos.
Os dados obtidos de ambas as formas são interpretados através de cálculos matemáticos que se traduzem na representação do terreno.
GNSS
É o método mais utilizado no mercado e também um dos mais modernos, simples e precisos. Consiste na utilização de receptores geodésicos GNSS (popularmente conhecidos como GPS) para levantar as coordenadas, tanto planimétricas quanto altimétricas, de vários pontos de uma área.
Aqui é utilizado o RTK (Posicionamento Cinemático em Tempo-Real, a livre tradução), um equipamento composto por duas partes, a Base e o Rover, capazes de captar instantaneamente dados de satélites. As coordenadas, então coletadas, são processadas por softwares de SIG e as curvas de nível podem ser construídas utilizando técnicas de interpolação.
Levantamento remoto
Atualmente existem tecnologias que possibilitam a construção de produtos topográficos tendo como base levantamentos feitos por imagens orbitais e softwares como Google Earth.
Etapa pré-campo
No pré-campo para o levantamento topográfico é realizado o estudo prévio da área para estabelecer o método mais adequado de posicionamento, determinar a distribuição dos pontos no terreno, conhecer a pedologia local e entre outros. Basicamente é o momento para planejar a próxima etapa, o campo.
No caso de levantamentos realizados com RTK, é necessário calcular o tempo da Base e do Rover, além da distribuição de pontos. Mapas pré-campo também são confeccionados nessa etapa. A forma como ocorrerá o campo irá depender do método que será adotado, mas independente disso, o campo seguirá as etapas estabelecidas no cronograma aqui construído.
Etapa pós-campo
A etapa do pós-campo é o momento de transformar os dados recolhidos, até então, em produtos. Em meio a isso há a confecção do mapa de curva de nível, o processamento de dados através do software Topcon Tools, elaboração do relatório técnico e do memorial descritivo.
Em projetos de topografia ainda é possível obter o ART ou Anotação de Responsabilidade Técnica, que basicamente é um amparo legal para a atividade técnica ali desenvolvida.
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