O ouro é usado desde os primórdios da civilização humana por sua beleza e versatilidade. Conheça agora alguns fatos sobre um dos metais mais preciosos do mundo!
Características Gerais
O ouro (Fig. 1), elemento químico de símbolo Au, é um metal de cor amarela, denso e brilhante, com dureza entre 2,5 e 3, e densidade entre 15 e 19,3 g/cm3. Na tabela periódica, faz parte do mesmo grupo que os elementos prata (Ag) e cobre (Cu).
De acordo com o livro Recursos Minerais de Minas Gerais da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE), na natureza, o ouro ocorre principalmente na forma de um elemento nativo - que é um mineral do sistema cristalino isométrico (cúbico). Desde os tempos antigos, o ouro e os ornamentos gerados a partir dele (anéis, moedas e demais artefatos) são extremamente almejados e valiosos. Foram encontradas lascas de ouro em cavernas do Paleolítico, com idade datada de mais de 42 mil anos.
Figura 1. Foto de ouro em veio de quartzo. Retirado de Lobato e Costa (2018).
O ouro possui algumas propriedades físicas de grande importância, como por exemplo o fato de ser um excelente condutor de energia elétrica, além de sua não oxidação, e não corrosão. Além disso ele é bastante maleável, o que permite que seja utilizado em ligas com vários outros metais.
O valor do ouro varia diariamente de acordo com o valor do dólar americano. A unidade de medida utilizada para o ouro é a onça troy (oz), que corresponde a aproximadamente 31,1 gramas.
Uso e Importância
O ouro possui diversas aplicações, seja pela sua beleza natural ou por suas propriedades físicas e químicas. Luiz Jardim Wanderley, em seu artigo de 2015, diz que a fabricação de jóias e adornos é a maneira mais comum do metal chegar aos consumidores, sendo assim, utilizado por várias culturas e civilizações ao longo dos séculos.
Por favorecer a proteção contra os raios solares, pode ser adicionado a filmes transparentes de janelas e na fabricação de vidros especiais. Ainda é aplicado sobre roupas e naves espaciais para reduzir calor e brilho. Na medicina é utilizado no tratamento de dentes, artrite e outras doenças.
Em seu livro Elementos de Mineralogia e Geologia’, o autor João Pedro Zielinski ressalta que o ouro também pode ser utilizado em folhas extremamente finas em decorações, artes, em equipamentos com tecnologia Laser e até mesmo na culinária. Fios com ouro têm aplicação na indústria de computadores, rádios digitais, sistemas de micro-ondas, sistemas de telefonia, lançadores de foguetes, e em equipamentos de difícil reparo, como sob a água e no espaço.
Em síntese, é possível perceber que o ouro não é considerado valioso somente como recurso financeiro e apetrechos para as civilizações antigas, mas também é muito utilizado na indústria tecnológica de ponta, principalmente na forma de um ótimo condutor de eletricidade.
Usado como referência monetária desde os primórdios da civilização humana, mais da metade do ouro do mundo está na propriedade de governos e bancos.
Valor no mercado
Wanderley ressalta que o valor do ouro não reside em sua utilidade prática, mas no resultado de uma valorização histórica e simbólica atribuída a partir da beleza estética do metal, aliada à condição de escassez.
De acordo com a revista mining.com, atualmente (outubro/2022) o preço médio da onça troy de ouro gira em torno de USD 1650,99 dólares americanos, equivalente a aproximadamente R$ 8720,00 reais. Considerando esses valores, temos que cada grama de ouro tem valor aproximado de R$ 280,00.
Ocorrência e Mineralização
Zielinski (2018) diz ainda que o transporte e o enriquecimento do ouro nas formações geológicas até concentrações economicamente viáveis para exploração, que normalmente ocorrem por meio de fluidos, pode ser promovido por uma intrusão magmática (energia térmica, no caso dos depósitos magmático-hidrotermais) ou simplesmente ocorrer devido à ação da gravidade e à movimentação causada pelos esforços tectônicos (como os depósitos auríferos orogênicos).
Já o meio pelo qual esse fluido passa pode ser representado pela própria superfície terrestre ou por estruturas geológicas, como dobras, falhas e fraturas, que permitam o escoamento por meio de detritos ou na forma de solutos em solução natural (Fig. 2).
Figura 2: Relação das falhas com depósitos minerais. Retirado de: Zielinski (2018).
Em relação ao ambiente de deposição, o autor complementa que este pode ser representado por um solo, uma praia, rochas fraturadas ou um sistema de falhas, dobras ou fraturas, entre outros sítios. Nesses locais, é comum a disposição do depósito em zonas específicas que contenham armadilhas que causam o aprisionamento da substância útil, favorecendo sua acumulação, ou seja, exercem um controle na mineralização, restringindo a área em que o depósito mineral de “M” é situado, conforme mostra a Figura 3.
Figura 3: Modelo genérico contemplando os elementos atuantes na geração de um depósito mineral. Nota: M = substância genérica qualquer, como ouro, níquel, cobre, etc. Retirado de: Zielinski (2018).
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Referências
Lobato, L. M.; Costa, M. A. Ouro. In: Pedrosa-Soares, A. C.; Voll, E.; Cunha, E. C. (coordenadores). Recursos Minerais de Minas Gerais On Line: Síntese do conhecimento sobre as riquezas minerais história geológica, meio ambiente e mineração de Minas Gerais. Belo Horizonte: Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE) - 2018; Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/ . Acesso out/2022.
Wanderley, L. J. Ouro como moeda, ouro como commodity. Revista de Economia Política e História Econômica, número 34, Agosto de 2015. Disponível em: https://www.ufjf.br/poemas/files/2015/08/Wanderley-2015-Ouro-como-moeda-ouro-como-commodity.pdf . Acesso out/2022.
Zielinski, J. P. T. Elementos de mineralogia e geologia. Editora e Distribuidora Educacional S.A, Londrina-PR, 2018. 240 p. Disponível em: http://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/201801/INTERATIVAS_2_0/ELEMENTOS_DE_MINERALOGIA_E_GEOLOGIA/U1/LIVRO_UNICO.pdf . Acesso out/2022.
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